sábado, 25 de fevereiro de 2023

 

CORDEL COM MAIS LIBERDADE

    Autor: Luiz Alves o gauchinho

 

O cordel de hoje em dia

Já ganhou mais liberdade

Depois que foi pra escola

E a tal Universidade.

Na internet também

Hoje todo mundo tem

Nele acessibilidade.

 

Cordel era mais do povo

Simples do interior

E era desprezado por

Quem se achava doutor.

Foi para o meio acadêmico,

Hoje não é mais endêmico,

Adquiriu mais valor.

 

Porém tem gente querendo

Pôr no cordel restrições

"Isso pode, isso não pode"

Promovendo confusões.

Um cordel sem liberdade

Não é cordel de verdade

É um cordel sem ações.

 

O cordel tem poder de

Combater a ditadura,

Toda forma de racismo,

Ou qualquer escravatura.

O cordel tem liberdade

De defender a verdade

Livre de qualquer censura.

 

O cordel na sua essência

Ele a tudo tinha acesso,

Mas o cordel hoje em dia

Não é o mesmo - eu confesso.

Se o cordelista escrever

Algo e alguém se ofender,

Pode pegar um processo.

 

O cordelista não pode

Escrever mais o que quer.

É chamado de machista

Se ofender a mulher,

Que seja bonita ou feia,

Vai até para a cadeia

Como um bandido qualquer.

 

O negro sempre fez parte

Nas histórias de ação

Sendo personagem ruim,

Que ele gostasse ou não.

No cordel civilizado,

Ele não é mais usado

Como a imagem do cão.

 

O homossexual

Não será mais desprezado,

Ninguém vai diminui-lo

Lhe chamando de veado.

Isso é homofobia

E é um crime hoje em dia.

Quem faz será processado.

 

Essas práticas do passado

Precisam de extinção.

Não vivemos mais no tempo

Da maldita inquisição

Também da escravatura,

Que, junto com a ditadura,

Fizeram mal a nação.

 

A mulher como objeto

Pertencente ao marido

Somente pra ele usar

Já não é mais permitido.

Homem que bate em mulher,

Ache ruim se quiser:

Pra mim ele é um bandido.

 

Erros feitos no passado

Ninguém aceita mais não.

Quem ficou traumatizado

A cura vem com perdão.

Como jesus nos ensina

A sua graça divina

Purifica o coração.

 

O perdão cancela tudo

Jesus veio e ensinou.

Se eu praticar serei livre

E aceito quem eu sou.

Nele eu sei de onde vim,

Acredito nele sim

E sei para onde vou.

 

Religião, raça ou cor

Deixam de ser um problema

Quando fazer a vontade

De Deus se tornar seu lema

E você analisar

Tudo o que quis lhe ensinar

Aqui neste meu poema.

domingo, 1 de março de 2020


Visita de Lampião na Boca da Mata hoje Nossa Senhora da Glória - Se
 

Sou poeta Sergipano
Da Capital do Sertão
Nossa Senhora da Glória
Que em certa ocasião
Lembro que vovô dizia
Que aqui um certo dia
Apareceu Lampião

Nesse tempo a minha avó
Ainda era uma moleca
Aqui havia um soldado
Chamado Mané de Zeca
Que na carreira que deu
O fedor apareceu
Porque melou a cueca

Eu fico até acanhado
Pra falar em Lampião
A Raposa das Caatingas
Zé Bezerra Lima Irmão
Neste livro ele escreveu
Tudo o que aconteceu
Sem nenhuma ficção

E para não escrever
O que outro relatou
Eu tenho que inventar
O que nunca se passou
Foi o que aconteceu
Com o soldado que correu
Que de medo se cagou